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'Agora eu sinto alívio, a justiça está sendo feita', diz mãe de criança vítima de racismo de influenciadoras condenadas no RJ

Influenciadoras acusadas de racismo são condenadas a 12 anos de prisão A mãe de uma das crianças vítimas dos vídeos racistas gravados pelas influenciadora...

'Agora eu sinto alívio, a justiça está sendo feita', diz mãe de criança vítima de racismo de influenciadoras condenadas no RJ
'Agora eu sinto alívio, a justiça está sendo feita', diz mãe de criança vítima de racismo de influenciadoras condenadas no RJ (Foto: Reprodução)

Influenciadoras acusadas de racismo são condenadas a 12 anos de prisão A mãe de uma das crianças vítimas dos vídeos racistas gravados pelas influenciadoras Nancy Gonçalves Cunha Ferreira e Kerollen Vitória Cunha Ferreira disse nesta terça-feira (19) que recebeu com alívio a condenação das duas. “Agora eu tô sentindo um alívio, porque a justiça está sendo feita. Eu tô chorando porque o que meus filhos passaram, o que eu passei é muito triste. Não desejo pra ninguém, pra ninguém”, afirmou Dilcelaine Vieira. As influenciadoras, mãe e filha, foram condenadas a 12 anos de prisão em regime fechado e ao pagamento de indenização de R$ 20 mil a cada vítima. O caso Influenciadoras foram condenadas por dar banana e macaco de pelúcia a crianças negras Reprodução Os crimes aconteceram em 2023, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Um menino de 10 anos, que vendia balas em frente a um supermercado, acreditava que ganharia uma bola, mas recebeu uma banana. Já uma menina de 9 anos, que estava na porta de casa, escolheu um presente misterioso. Ao abrir a caixa, encontrou um macaco de pelúcia, enquanto uma das mulheres ria da cena. Os vídeos foram publicados nas redes sociais das influenciadoras com a dinâmica “dinheiro ou presente misterioso” e alcançaram milhões de pessoas. Impactos nas crianças Segundo relatos no processo, o menino contou a psicólogos que foi alvo de racismo na escola depois do episódio: colegas o chamavam de “macaco” e ofereciam bananas. Ele disse ter se sentido humilhado e isolado. A menina também apresentou mudanças de comportamento. A mãe relatou que a filha passou a brincar e falar sozinha, precisando de acompanhamento psicológico. Sentença Na decisão, a juíza Simone de Faria Ferraz, da 1ª Vara Criminal de São Gonçalo, destacou que a banana e o macaco de pelúcia usados pelas rés “revelam a espúria presunção racista de que pessoas negras devem ser tratadas como se fossem parentes de macacos”. A magistrada comparou os atos das influenciadoras a uma “chibata nos pequenos corpos” das crianças e afirmou que o caso configura racismo com intuito recreativo, usando a internet para ridicularizar vítimas negras. Defesa vai recorrer A defesa de Nancy e Kerollen disse que respeita o Poder Judiciário, mas não concorda com a decisão e vai recorrer.

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